18.4.09

A questão, meu querido, é bem simples, vamos continuar todos nesse buraco. Não porque queiramos (a questão é tão mais magnética do que se pode pensar). Isto ainda existirá e nos sentiremos alheios quase que de propósito. Seremos essas crianças de uma maneira ou de outra, mesmo maltratadas pelo tempo. Nós vamos, e isso sim, my dear, deixar que o medo nos consuma vez ou outra e levantar nossas cabeças quase no momento de se afogar. Mas não que isso inspire piedade, e tanto menos a sermos levianos. Que nos traga um pouco da sensação de partir. Tomaremos nosso tempo sem pedir, roubaremos nossas horas com tudo que nos for mais odiado, quem sabe por puro sadismo. Vamos nos lembrar das nossas ninfescências ou deixar que elas nos tomem por lembrança.

Sim, continuaremos sentindo falta do que nunca foi nosso. E isso nunca será um problema maior, a menos que não agüentemos mais o peso em nossas cabeças.
(Certainty, are you still living somewhere in my head?)

Um comentário:

Big_Sheep disse...

As vezes, como você mesmo disse, quase nos afogamos em nosso próprio medo, e só no fim de tudo que conseguimos levantar a cabeça se seguir nadando. Já aconteceu com você. Já aconteceu comigo. Já aconteceu com todo mundo. E vai continuar acontecendo

Sentir falta é doloroso. E as vezes, realmente, é pior quando voce nunca teve aquilo que sente falta. Mas as coisas podem não ser como pensamos quando nunca as tivemos.

Não digo que as coisas vão dar certo, my dear tangerine. Elas nunca parecem dar certo. Mas eu não trocaria NADA pela chance de ver o que me espera futuramente (e acho que você também não)